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    Ilusão de “tratamento precoce” ameaça combate à Covid-19

    22/02/2021 / por Fundação ProAr

    Sem respaldo científico, oferta de remédios que disseminam a falsa eficácia de tratamento preventivo contra o coronavírus representa grave risco à saúde pública


    Apresentados e até prescritos como alternativas de prevenção ao coronavírus, medicamentos como hidroxicloroquina, ivermectina e azitromicina deixaram as prateleiras das farmácias para inundar o imaginário de pacientes como símbolos de um duvidoso “tratamento precoce” contra a Covid-19. Mesmo sem comprovação científica e contraindicado pela grande maioria dos órgãos mundiais de pesquisa e saúde, o coquetel de remédios ganhou até um nome sugestivo dos seus apoiadores no Brasil: ‘Kit Covid’. 

    O mix de medicamentos é o carro-chefe de um suposto tratamento preventivo cuja eficácia nunca foi atestada pelos estudos. Em vez de proteger os brasileiros de uma das mais dramáticas crises sanitárias, a oferta indiscriminada foi estimulada por  autoridades federais graúdas e engrossou um caldo preocupante de ‘fake news’ e negacionismo. 

    Não temos ‘porção mágica’

    Rejeitado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), pelo Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos (CDC), pela Anvisa e pela Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), o “tratamento preventivo” encontrou eco em discursos e medidas vindas, sobretudo, do alto escalão do governo federal. O Ministério da Saúde chegou a lançar uma plataforma recomendando o “tratamento precoce” contra a Covid-19. Nas redes sociais, a pasta também incentivou a abordagem terapêutica, mas, em janeiro de 2021, apagou parte do conteúdo e retirou a plataforma do ar após repercussão negativa. 

    Dr. Paulo Camargos, vice-presidente e relações públicas da Fundação ProAR, é taxativo: “Deveríamos, sim, falar em ineficácia, pois o Brasil é um dos pouquíssimos países no mundo que, tardia e perigosamente, ainda os recomendam. As duas posturas mais indicadas são ignorar esta recomendação e desestimular seu uso”.

    Sequelas pós-Covid

    Entre os cerca de 9 milhões de infectados no país, muitos ainda se queixam de problemas de saúde adquiridos após contraírem a Covid-19. Os relatos mais comuns dão conta de paladar e olfato prejudicados, cansaço recorrente e dores nas juntas. “O termo ‘recuperado’ deve ser empregado e compreendido com toda cautela. Alguns pacientes não se recuperaram jamais. Superada a fase aguda e através de consultas médicas em ambiente virtual,  pessoas que tiveram Covid-19 devem fazer acompanhamento regular caso persistam os sintomas”, recomenda Camargos. 

    O vice-presidente da Fundação ProAR lembra que a doença que já matou mais de 217 mil pessoas no país é muito recente. Mesmo com os avanços da ciência e após a chegada das vacinas, ainda seremos dependentes da máscara, da higiene das mãos e do distanciamento social: “Enquanto a pandemia perdurar, estas medidas devem ser rigorosamente adotadas por toda a população”.  

    SBPT: “Mortes teriam sido evitadas”

    Em comunicado publicado no último dia 17 de janeiro, a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT) criticou a condução da saúde em Manaus, no Amazonas, que registrou um trágico colapso no atendimento. Para a entidade, um planejamento adequado poderia ter evitado as cenas dramáticas envolvendo pacientes de Covid-19 que morreram por falta de oxigênio: “Tomada de medidas emergenciais, após instalado o colapso do sistema de saúde, se fazem necessárias em caráter irrevogável, porém gerou gasto público superior a um planejamento estratégico e logístico adequado, guiado por dados técnicos e científicos. Mortes teriam sido evitadas”.

    A SBPT também reforçou o alerta sobre a disseminação do “tratamento precoce”, contrariando todas as bases científicas que descartaram a sua eficácia contra o coronavírus. “Apesar de tantos alertas, assistimos, novamente, à disseminação de recomendações sem evidências científicas, sobretudo sobre o tratamento precoce e preventivo da Covid-19”.

    
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